domingo, 22 de abril de 2012

Máquina do tempo

Como é bom e triste relembrar. Relembrar o que já fui, o que já sonhei, as loucuras que cometi, as pessoas que perdi. Nostalgia. Não há outra palavra.
Medo de envelhecer? Sim, tenho. Perder a essência de tudo que já fui um dia. Tudo é tão efêmero.
Tão diferente essa rotina me faz ser. E o que ficou pra trás nunca mais vai voltar.
Certo dia sonhei com o que eu me tornaria no futuro. E tive medo, mas também tive uma estranha curiosidade. Curiosidade: meu ponto fraco ou forte não sei, fui lá e me joguei. Dei o salto. Grandes saltos. E fui de olhos fechados, sempre, sem medo de cair. Sem pedir que ninguém me segurasse. Podendo ou não me machucar. E na maioria das vezes me machuquei e acabei ferindo os outros também. Aqueles que estavam ao redor. Mas as quedas me fizeram mais forte. E quiçá um pouco melhor. Quem dera eu pudesse viver saltos tão bonitos novamente. A beleza da queda. O medo da morte.


Quando vejo entrevistas e há a recorrente pergunta:
_ Do que você se arrepende na sua vida?
E o entrevistado reponde:
_De nada. Só me arrependo daquilo que não fiz.


Eu simplesmente não consigo acreditar. Não se arrepender de nada me parece impossível. Eu me arrependo de tantas coisas. Devo ser imatura e não ter atingido tamanha sabedoria. Apesar de me arrepender, sigo. Com a consciência tranquila por ter feito minhas vontades, mas com arrependimentos e cicatrizes que carrego. Talvez o arrependimento seja intrínseco ao ser humano. Talvez, mesmo que eu pudesse, não voltaria no tempo, continuaria a lidar com meus erros e acertos e com todo meu passado sem alterá-lo em nada.




Mas, se existisse a máquina do tempo, você voltaria atrás? 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pais e preconceitos

Hoje, inspirada por um fato lamentável vim postar algo aqui, com uma única intenção: reforçar o quão patética é a postura que muitos adotam com relação as diferentes orientações sexuais.


Eu busco entender o porquê muitos pais lidam tão mal com o fato de os filhos serem bissexuais ou homossexuais. Diz-se muito que eles são de outros tempos e têm mentalidades diferentes, mas então por que não evoluir? Por que não exercitar a aceitação, o apoio a pessoa que mais amam? Para mim, isso é puramente uma desculpa. 


Clichê verdadeiro é dizer que isso não afeta em nada o caráter, o carinho, a inteligência, o respeito, enfim, absolutamente nada da postura dos filhos. Encará-los como aberração é discriminar a própria cria. 
Os pais deveriam pensar nos obstáculos que já serão enfrentados por eles e não em ser mais um.


"Lembre-se: ser gay não é uma opção, ninguém escolhe a quem desejar. O desejo nasce e pronto", orienta Claudio Picazio, psicólogo com especialização em sexualidade humana, autor do livro Uma Outra Verdade - Perguntas e Respostas para Pais e Educadores sobre Homossexualidade na Adolescência.


Afinal, o que importa mais: a felicidade dele ou o que os outros vão falar? Aprender a lidar com isso é o melhor caminho e deveria ser o único!